Terapeuta, autora, mãe e avó, Diane Levy separa as atitudes
que valem a pena das que só gastam energia e compartilha sua fórmula para ter
filhos disciplinados.
1. Não se explique
demais
“Quando pedimos para uma criança fazer algo ou para parar de
fazê-lo, nosso hábito é de seguir com uma grande explicação de porquê tal ação
é necessária. Se nossos filhos não respondem à primeira explicação, pensamos
que ela não teve apelo para eles (ou que eles apenas não a entenderam) e,
então, gastamos tempo e energia em tentar convencê-los novamente”, explica
Diane.
Se a criança não entendeu porque está sendo solicitada a
fazer ou deixar de fazer algo, dificilmente ela será convencida por mais e mais
explicações. O que ela precisa entender é que tudo o que você pede é para o bem
dela – e assim será até ela crescer.
2. Não dê mais de um aviso
“Ao dar várias chances e avisos, nós mostramos às crianças
que não acreditamos naquilo que dizemos e que não esperamos uma ação efetiva
até darmos muitos e muitos avisos”, diz Diane. “A maioria das crianças entende
que enquanto os pais estão nesse ‘modo de aviso’, nada irá acontecer com elas”.
Portanto, seja firme.
3. Não adule
Você se pega usando frases como “se você arrumar seu quarto,
ganha um chocolate” ou “faça toda a lição e te dou um brinquedo” com
frequência? Pense melhor. “Quando os adultos se esforçam adulando e coagindo as
crianças para que elas façam o que devem, isso significa que só os pais estão
fazendo o trabalho duro, enquanto os filhos esperam uma recompensa convincente
o bastante para encorajá-los a começar uma tarefa que não é mais que obrigação
deles”.
4. Não suborne
As crianças devem ser acostumada a agir dentro de um senso
de obrigação. “Se o único jeito de conseguirmos fazer com que as crianças façam
o que mandamos é oferecendo algo, nos deixamos vulneráveis a ter que pensar em
maiores e melhores ‘mimos’ com o tempo. Além disso, essa ação dá às nossas
crianças a permissão de perguntar ‘o que você me dará se eu fizer isso?’ – e
esse não é um bom hábito para se encorajar”, resume Diane.
5. Não ameace
Ameaças funcionam com "se você não fizer isso.. então
eu irei…”. Diane explica que, assim, você abre um contrato e isso dá margem
para a criança negar a oferta. "Aprendi essa lição muito cedo com o meu
primeiro filho. Quando dizia 'Robert, se você não guardar seus brinquedos
agora, não iremos ao parque essa tarde', ele apenas respondia 'tudo bem'. E eu
ficava sem saber para onde ir", relembra.
"Outro problema em ameaçar é que, se você fala que irá
fazer algo, é obrigado a cumprir isso. A maioria das ameaças que tem como
objetivo persuadir a criança a fazer o que foi pedido nos pune mais do que a
elas", explica Diane. E exemplifica: “Os pais ameaçam: 'Se você não fizer
isso imediatamente, não verá mais TV pelos próximos três dias'. É mais provável
que a vida de quem fique mais difícil com essa ameaça?".
6. Não puna
Segundo Diane, algumas crianças aprendem através das
punições, mas muitas se tornam ressentidas, irritadas e se sentem tratadas de
forma desleal. “Também, se usarmos a punição, nossos filhos podem simplesmente
aprender como aguentá-las – e voltarem a fazer aquilo que tentamos evitar”,
afirma.
Mas se os pais deixarem de explicar, avisar, adular,
subornar, ameaçar e punir, o que eles podem fazer? Diane sugere uma estratégia
simples, com três passos: peça, diga e aja.
7. Peça uma vez só
Diane recomenda que os pais simplesmente peçam o que deve
ser feito e observem a resposta do filho. Isso dará a eles uma informação
importante. “Quando as crianças se negam a fazer o que foi pedido, eles
usualmente expressam uma das três formas a seguir: tristeza, irritação ou
distanciamento”, ensina ela.
A tristeza é simbolizada por chateação. “Eles parecem
ofendidos e dizem ‘por que eu?’”, descreve. A irritação se manifesta em
confronto: “eles discutem e acusam você de ser injusto com eles”. O distanciamento
é caracterizado por indiferença. “Eles ignoravam você, olham para outro lado e
continuam o que estão fazendo”, completa Diane. “Tudo isso significa que a
criança não fará aquilo que pediu”. Mas como reagir?
8. Diga de maneira enérgica
“Vá até o seu filho – isso pode ser um pouco difícil para os
pais, pois significa que eles terão que parar aquilo que estavam fazendo,
levantar e ficar do lado da criança”, orienta Diane. Segundo ela, a presença
próxima vale a pena. “Uma vez que aparecemos perto da criança, ela sabe que
isso significa que ela terá que fazer o que foi pedido”.
A autora recomenda que os pais falem baixo – isso mostra que
eles estão no controle tanto da própria voz quanto da criança – e que olhem seu
filho nos olhos.
9. Aja
Se seu filho não respondeu a nenhuma das ações anteriores,
você precisa fazer algo. “A coisa mais efetiva que você pode fazer é usar a
‘distância emocional’ até que ele esteja pronto para fazer o que foi pedido”,
aconselha Diane. “Pegue-o no colo ou pela mão e o leve para o quarto. Diga
firmemente ‘você é bem-vindo para se juntar à família assim que estiver pronto
para fazer o que pedi’, e deixe-o sozinho completa. Lembre-se: o seu filho tem
o poder de se reunir à família ao fazer o que lhe foi pedido.
Quando as crianças são maiores – e tirá-las do lugar é mais
difícil – Diane recomenda que os pais apenas determinem consigo mesmos: “eu não
farei nada até que ele esteja pronto para fazer aquilo que eu pedi”. E
continuem com o que estiverem fazendo, normalmente. “Quando a criança aparecer
com um pedido, você pode calmamente lembrá-la de que ficaria feliz em
atendê-la, assim que ela fizer aquilo que foi estabelecido (e ignorado)
anteriormente”, diz a autora. “Ele pode fazer duas ou três tentativas para
chamar sua atenção, mas vai acabar entendendo que precisa fazer o que foi
solicitado pelos pais”, finaliza.
FONTE: mãe sempre sabe
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